Diálogo sobre intensidade
- Rosa de saturno
- 23 de jul. de 2023
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Me peguei observando a intensidade de estrelas explodindo e formando supernovas, o descontrole do fim, a linha tênue entre o que é belo e o que é o sabor amargo de saber que não se tem o benefício da dúvida, é o final, encerramento.
-A morte?
Não, a morte não. É mais parecido com um buraco negro puxando tudo para si desesperadamente, anulando todo o resto, tudo a volta se tornando parte de seu interior, nem a luz é capaz de tingir essa escuridão palpável.
-Nem a luz?
Pois é, nem a luz.
-Mas e a lua?
O que tem a lua?
-Não ilumina esse tal buraco negro?
Ah, a lua... A lua não se envolve em certos assuntos, creio que seja como uma velha senhora, uma velha senhora cansada desses clichês românticos, juraram tantos amores, prometeram-na a tanta gente, que acho que agora ela prefere ignorar esse tal de buraco negro e essas estrelas que explodem de tanta intensidade.
-Então a lua não se atreve a iluminar um buraco
negro?
E correr o risco de ser engolida por ele?
-Talvez ela devesse.
E talvez não.
-É, faz sentido.
Eu acho que faz.

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